Escola Infância Criativa

USO CONSCIENTE DE TELAS

Quem aqui já se descabelou por não conseguir tirar a criança da frente das telas? É um tal de “não quero ir, estou jogando”, ou aquele berreiro quando desliga a televisão.

Segundo a OMS – Organização Mundial de Saúde, o tempo MÁXIMO de telas recomendado para cada faixa etária é:

ZERO telas até 2 anos de idade

1 hora por dia de 2 a 5 anos de idade

2 horas por dia de 6 a 10 anos de idade

3 a 4 horas por dia acima dos 10 anos, ou seja, isso inclui os adultos

Segundo estudos desenvolvidos pela OSM e Associação Americana de Pediatria, o uso excessivo de telas pode causar transtorno alimentar, atraso no desenvolvimento, déficit de atenção, sono de má qualidade, problemas de saúde mental (como ansiedade e depressão), sedentarismo, dependência digital, entre outros.

Mas você deve se perguntar, sabendo de todas estas consequências, por que é tão difícil para as famílias limitar o consumo de telas das crianças?

Primeiro, porque diante de tantos compromissos e responsabilidades, os equipamentos eletrônicos se tornaram aliados dos pais, mantendo as crianças ocupadas.

Além disso, lidar com a birra na hora de desligar os aparelhos, também é um grande desafio para as famílias.

Antes de falarmos sobre como conduzir esta situação com as crianças, vamos entender um pouco o efeito das telas no cérebro humano:

Ao vivenciar uma situação prazerosa, nosso corpo produzi o hormônio da dopamina, informando ao nosso cérebro que aquela vivência está sendo legal. O que acontece é que, a dopamina produzida sem esforço não é um hormônio bom, porque ela não chega de forma gradativa ao nosso cérebro.

Vamos a um exemplo prático para facilitar o entendimento. Quando praticamos exercício físico, nosso corpo vai produzindo dopamina de forma gradativa, por isso, ao final do processo, normalmente, temos uma sensação de prazer, de missão cumprida. Agora, quando o ser humano consome drogas, por exemplo, o corpo produz quantidades enormes de dopamina, sem esforço, deixando o corpo acostumado a ter prazer sem esforço e, assim, poupar suas energias. Sendo assim, podemos concluir que existe a dopamina “boa” e a “ruim”, igual ao colesterol “bom” e “ruim” que estamos acostumados a ouvir.

Quando tiramos da criança esse momento de prazer, o nível de dopamina cai repentinamente e, por consequência, a produção de cortisol (hormônio do estresse) sobe, provocando as birras. Diante disso, no intuito de resolver ou evitar essa situação, muitas famílias acabam cedendo as telas, gerando um novo problema, a comunicação não assertiva, afinal, a criança aprenderá que conquistará tudo o que quiser fazendo birra (isso é tema para outro artigo!).

Entendido esse processo, cabe aos adultos, encontrar o caminho para que o acesso às telas ocorra de uma forma saudável. Aqui vão algumas dicas:

  1. Explique para criança porque é importante controlar o tempo de telas e que você faz isso por amor e cuidado com a saúde e bem estar dela;
  2. Façam combinados sobre em quais situações serão permitidos o uso de telas, por qual período e o tipo de conteúdo que pode ser consumido, ter um quadro da rotina ou um planejamento semanal pode ser útil;
  3. Acolha as frustrações da criança, não a deixe chorando, mas também não ceda, lembre-se da queda do nível de dopamina e aumento da produção de cortisol. Com o tempo, carinho e empatia sua criança aprenderá a lidar com os limites.
  4. Por fim, seja EXEMPLO. Quanto menos VOCÊ ficar em frente da tela, mais tempo de qualidade terá com sua criança, fazendo com que ela valorize mais a vida offline.

Não é fácil, nenhuma mudança de hábito é. Porém, com paciência, persistência e constância, é possível criar uma nova rotina de uso das telas para sua família e ter crianças emocionalmente saudáveis.

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