Escola Infância Criativa

O desafio diário chamado BIRRA

Todos que convivem com criança já vivenciou uma situação desafiadora com as famosas birras. O que muitos não sabem é que a birra é uma reação normal do corpo para frustração, assim como o bocejar é para o sono.

Para começo de conversa, vamos definir a palavra birra. Segundo o dicionário birra é “ato ou disposição de insistir obstinadamente em um comportamento ou de não mudar de ideia ou opinião; teima, teimosia.”

A partir dessa primeira reflexão, podemos concluir que adulto também faz birra. Quem nunca teimou num comportamento inadequado, como ficar sem falar com o cônjuge ou sair batendo porta diante de uma situação de frustração? Sendo assim, por que julgamos uma criança quando ela faz birra? Essa é a primeira pergunta que devemos fazer a nós mesmos.

Agora, do ponto de vista da criança, birra é uma forma da criança de comunicar, pedir ajuda para regular as emoções quando se encontra diante de uma situação que não sabe lidar, diante de um não que ela não consegue aceitar.

E por que isso acontece?

Segundo estudos científicos, o nosso cérebro é o último órgão a se desenvolver e, o córtex pré-frontal é a última região de formação do cérebro. Acontece que o córtex pré-frontal é a parte do cérebro que regula as emoções para não agirmos impulsivamente.

Considerando que essa região começa a se desenvolver por volta dos 4 anos de idade e conclui sua formação por volta dos 25 anos de idade, fica difícil para uma criança conter seus impulsos diante de uma situação desafiadora para ela, não acham?

Diante disso, vamos falar um pouco sobre o que NÃO funciona durante a birra da criança. Quando a criança está fazendo birra NÃO adianta gritar com a criança ou querer “dar palestra”, ela não vai te ouvir; você também não conseguirá controlar as ações da criança ou pedir que ela pare de chorar, ela precisa extravasar.

Então o que fazer? Deixar a criança fazer o que quer? Claro que não! Algumas alternativas são:

  • Manter a calma. Respire fundo e conte até 10.
  • Buscar um espaço ou formas da criança extravasar, como bater palmas, socar almofada, correr ou até mesmo, simplesmente chorar.
  • Depois de passado o turbilhão, conversar com a criança recontando o que aconteceu, nomear o sentimento e, juntos, pensarem em alternativas de como lidar com situações como essa.

Vai funcionar de primeira? Não! A criança vai fazer birra de novo? Sim! Afinal, nós adultos também fazemos birra. Porém, a criança irá desenvolver habilidades emocionais que contribuirão para redução da intensidade e frequência das birras e, com ela, nós também aprenderemos a ter mais inteligência emocional. Não é incrível?

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